A congregação das irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas tem como Protetor São Carlos Borromeo que viveu nos anos de 1538-1584. Nasceu em Milão (Itália), mais precisamente em Arona, cidade vizinha. De família nobre, renunciou à riqueza e dedicou-se desde muito jovem à vocação sacerdotal. Carlos Borromeo foi ordenado sacerdote, bispo, arcebispo de Milão e, sucessivamente Cardeal. Viveu apenas 46 anos, mas o suficiente para marcar sua vida pelo testemunho da humildade, da doação e do bem!
Mais de três séculos depois, em 25 de 1895 o bispo Dom João Batista Scalabrini fundou nossa Congregação em Piacenza, Itália, e escolheu como Patrono São Carlos Borromeo pelo seu amor revelado para com as pessoas, sobretudo no que tange à cultura, ao amor pelos fiéis, sobretudo os pobres e doentes. Seu lema consistia em uma só palavra: Humilitas. Um antigo provérbio popular, cuja autoria se perdeu no tempo diz: “as palavras convencem, mas os exemplos arrastam”.
A vida de São Carlos imortalizou-se, sobretudo, na época em que uma epidemia conhecida como “Peste Italiana” (doença contraída a partir do contato humano com pulgas infectadas pela bactéria Yersinia pestis, presentes em ratos) atingiu Milão no ano de 1576 e ele era arcebispo dessa Arquidiocese. Milão, desde aquela época, era o centro da riqueza do país. Os nobres e os governantes saíram da cidade para se resguardar do contágio da peste, abandonando o povo. Ninguém se compadecia dos doentes, pobres e famintos. A confusão e o medo assolavam a cidade que ficou deserta e em ruínas. Cerca de 60 mil pessoas morreram em Milão e, as que restaram ficaram empobrecidas.
Compadecido, o arcebispo visitava pessoalmente os contaminados confinados em casa, lavava suas feridas, consolava-os e dava-lhes os Sacramentos. Sua atividade foi prodigiosa, como organizador e inspirador de confrarias religiosas, de obras de caridade, de institutos de beneficiência; organizou os religiosos para atender os doentes, pois cerca de 60.000 pessoas eram alimentadas por dia, em uma iniciativa custeada pelo cardeal; utilizou todos os seus bens (e eram muitos!) na construção de hospitais, albergues para os pobres, organizou serviços sanitários, fundou e renovou hospitais, procurou dinheiro, gêneros de primeiras necessidades, decretou medidas preventivas, assistência aos doentes e enterrou os mortos com dignidade. Carlos lançou mão de tudo o que possuía, para amenizar a triste sorte dos doentes. Grande parte de sua receita era para atender os pobres e doentes. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família, distribuía-os entre os desvalidos. Por fim, tendo esgotado todas as fontes de recursos, ele mesmo pedia esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio.
A peste durou cerca de um ano (1576-1577). Nesse longo tempo de epidemia, Milão estava despovoada, até porque um terço da população havia morrido e o restante das pessoas estava confinada em suas casas. O Cardeal Carlos Borromeo, preocupado porque o povo estava sem missa, ordenou que fossem construídas nas principais praças e encruzilhadas da cidade, cerca de vinte colunas em pedra, com uma cruz a fim de permitir que os habitantes, das janelas de suas casas, pudessem participar das missas e orações públicas.
Porém, esse longo período de doação incansável, consumiu suas forças. Tinha febres altas que o debilitaram muito. Fragilizado, após essa epidemia, sua atuação foi mais restrita e, poucos anos mais tarde faleceu com apenas quarenta e seis anos de idade. Antes de morrer, revelou estar feliz por ter seguido, em toda a sua vida, os ensinamentos de Cristo. Faleceu em 4 de novembro de 1584. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Paulo V em 1610.
“Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Carlos Borromeo,
animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo,
dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé,
para participarmos de sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso filho, na unidade do Espírito Santo.
Amém.
São Carlos Borromeo,
rogai por nós!
Irmã Marileda Baggio
Missionária Scalabriniana